20.12.07

ESTÓRIA A METRO

Ao fim de 10 anos de obras, foi ontem inaugurado mais um troço do Metro, que liga a estação de Cais do Sodré à de Santa Apolónia, via Baixa-Chiado, passando sob o Terreiro do Paço.
Quem visita, trabalha ou vive em Lisboa tem agora a vida ainda mais facilitada e consegue ganhar algum tempo para aproveitar noutras actividades.
Contudo, a sorte de uns é o azar de outros e não resisto a contar aquela estória de um amigo meu que era caixeiro numa loja na Rua do Arsenal e cuja esposa trabalhava perto do Rossio. Lamentava-se ele que saiam ambos do combóio no Cais do Sodré e que a pobre da esposa tinha que perder algum tempo precioso na fila do autocarro ou então ir a pé aquelas largas centenas de metros até ao Rossio.
"Nunca mais fazem aqui a linha do Metro para facilitar a vida das pessoas" - lamentava-se ele diáriamente perante a esposa e os clientes.
Anos mais tarde, para alegria de todos (e da esposa), a linha verde era inaugurada e ligava o Cais do Sodré à Baixa-Chiado e ao Rossio. A partir dessa altura era vê-los a sair dos combóios e dos cacilheiros e a entrarem no subterrâneo, para um transporte mais rápido e cómodo do que o antigo trajecto de superfície.
Muitos meses depois, o estabelecimento desse meu amigo foi obrigado a fechar por baixa drástica de facturação devido à perca de clientes que diáriamente ali passavam, paravam, viam e compravam.
Mas a esposa lá vai continuando a usar o Metro. E ele continua desempregado.

2 comentários:

Carminda Pinho disse...

"...e ele continua desempregado."
Quantos(as) como ele assim continuam, mas a esperança que é sempre a última a morrer, cá continua.
Neste Natal, mais um ao abrigo do estatuto...mesmo assim as forças ainda chegam para lhe desejar a si e à família um Feliz Natal e que 2008 seja um ano mais justo para todos.

Abraço.

LRC disse...

Cara Carminda,

Agradeço e retribuo os votos que formulou. Acho que 2008 deverá ser mesmo mais justo e mais fraterno, até porque se aproxima um vasto período eleitoral em 2009.
É isso, a esperança é a última a morrer.
Abraço.