30.7.06

A SEDUÇÃO

Li a notícia e digeri os comentários.
Claro que é preocupante, meus senhores. E sedutível.
Soa bem, qual discurso de vendedor de banha-da-cobra: Tens familiares desempregados? Já foste assaltado no caminho para a escola? Quantos pretos vivem na tua zona? E brasileiros e ucranianos? Não queres um Portugal melhor?
Aqui, é mesmo com vinagre que se apanham moscas. É preciso combater eficazmente este populismo extremista. A falta dum contraste visível, que dantes era feito (e bem) pelas juventudes partidárias de esquerda, leva a que muitos jovens enveredem por alternativas simplistas e que lhes parecem justas mas que, na prática, são totalmente incompatíveis com a sociedade democrática, solidária e europeísta em que vivemos. Alguém tem que dizer isto aos jovens dessas escolas e de todas as outras de Portugal.
Dizem que estão identificados 70 angariadores e 17 escolas. E o que não está identificado?
Para aferir o grau de eficácia da sedução (e da angariação) que tal o Senhor Cavaco Silva e o Senhor Rui Pereira irem visitar algumas dessas 17 escolas e falarem com os alunos?

27.7.06

A DISCRIMINAÇÃO

Leio isto e fico incrédulo.
Então a malta do Norte fica assim, discriminada e deprimida?
Oh homens, assumam-se e lutem, carago!
Apoiem a paridade e a igualdade de género, que não faz mal a ninguém, mas lutem de igual para igual com elas na busca de oportunidades. E quem vai à guerra...dá e leva.
Mas levar (se calhar sem lutar) e vir queixar-se, tipo "a culpa é delas", essa não.

Então, mas o inquérito feito pela "Espaço T" é só no Porto?
Faça-se também um cá em Lisboa, por exemplo...no Clube T.
Resultados surpeendentes, de certeza.

24.7.06

A DIVA

Não pude mesmo ir .
Mas fiquei contente por se terem lembrado. Quando ela ainda não tinha partido, os amigos nesse dia vinham fazer-lhe uma curta serenata à porta de casa.
Quase todos os dias a ouço. Breves minutos, a duração de uma faixa. Ora com Vinicius, ora no Luso, ora onde e como calha.
Foi dela o primeiro vinil que o meu pai me ofereceu (Vou dar de beber à dôr) e a partir daí foi como nos romances. Confesso que fui dos que cantei emocionado durante o percurso do seu funeral.
Ainda moro a 50 metros da casa que foi dela e apesar das romarias diárias que observo, nunca lá entrei. Talvez um dia, quem sabe.
Que estranha forma de vida...

23.7.06

OS DESFILES

Como aperitivo para o almoço, desci a rua e fui ver o desfile.
Milhares e milhares como eu, de máquina em punho, a olhar para o Tejo e a vê-los passar. Cerca de 80 dos grandes e muitas dezenas de pequenos.
A abrir, a nossa Sagres. Deslumbrante.
Como é bonito o Tejo, assim, cheio de barcos. E vista deles, como Lisboa é esplendorosa.
Mais logo e mais lá para baixo, outro
desfile, que já é da praxe, mas que a mim nunca me arrastou. Nem mesmo com T-shirts molhadas.
Mas onde eu teria ido ontem teria sido ao Porto, não para ver desfilar
isto -cada um vê o que gosta- mas para me deliciar com o desfile de 30 destes cavalinhos (e respectivas amazonas) na Foz do Douro.
Enfim, desfiles de fim-de-semana...e para todos os gostos.

22.7.06

A FESTA

Hoje o Pedro faz anos. Vêm os amigos cá a casa. Ainda bem que é Sábado.
É a 26ª vez que este ritual se repete.
Parabéns Pedro.

18.7.06

O TRAJE

Pergunta ela à audiência: o que vestem?
As respostas, nos comentários, são bem curtas e díspares, tanto no feitio como nas cores. Algumas, bastante completas. Completíssimas, mesmo.
Atrevo-me aqui a dar a minha: hoje tive que abandonar o traje casual que já vinha sendo hábito (dando a sensação que é sempre fim de semana) para recorrer ao trivial encadernanço do escritório, composto pelo célebre blaser azul e calça cinzenta, desta vez com camisa azul clara e gravata verde clara com risca azul. Tal e qual o manequim da montra da Casa Africana. Contudo, hoje, com mais um acessório: o chapéu de chuva.
Após dias e dias de torreira calorente, eis que ela aparece, tímida nalguns sítios, vincada noutros, qual intrusa numa festa-coquitel da high.
Por certo uma boa ajuda no combate aos incêndios que já lavram pela Lusitânia mas mau número para o pavimento automobilístico.
Ora então gostámos muito de a ver, dona Chuva.....e votos de boa viagem.

16.7.06

O DESFILE

A manifestação e o protesto, sempre dentro da legalidade, são dois direitos inquestionáveis. Todos devemos lutar pelos nossos direitos, porque eles não caem do céu. Como aprendi nos bancos do recreio do liceu, ousar lutar, ousar vencer.
Mas convocar idosos para desfilar às 14.30hrs de mais um dia de grande calor, quando todos devemos estar alerta para os perigos das temperaturas elevadas (principalmente para crianças e idosos) e para os malefícios dos níveis de radiação ultravioleta que se fazem sentir com incidência durante a tarde, isso não é fazer combate político, nem defender direitos conquistados, nem lutar por melhores condições de vida. Isso é maltratar os idosos e não ter qualquer consideração pelo ser humano. Isso é usar os idosos para tentar fazer outro tipo de política.
Claro que já se previa que não iriam aparecer muitos idosos. Pelos vistos, ainda há quem se saiba resguardar.

15.7.06

A DIFERENÇA

Realmente é notória a diferença.
Enquanto em Portugal se demora (e eterniza) para que os vários organismos que ditam a Justiça no Futebol tomem uma decisão (e em que, por vezes, há duas decisões contraditórias tomadas por entidades diferentes) lá pela Itália, cuja selecção até foi campeã mundial e o clima de festa poderia originar um perdão às três pancadas, os processos demoram pouco tempo a serem analisados e as decisões tomam-se e anunciam-se a tempo, doa a quem doer.
Juventus, Fiorentina e Lazio de Roma descem de divisão, sem apelo nem agravo, e o AC Milan fica impedido de participar na Liga dos Campeões, por se ter provado a culpa destes 4 clubes nos resultados combinados no campeonato, o chamado "CalcioCaos".
Por cá, o processo de suspeita de doping movido há cerca de meio ano a Nuno Assis, do Benfica, foi hoje mandado
arquivar, com prejuízo para o jogador que, suspenso preventivamente, não jogou este tempo todo e para o clube que não usufruiu do seu contributo. Também hoje se realizou o sorteio das 2 Ligas sem estar ainda decidido se o Gil Vicente desce ou não de divisão (por ter infringido os regulamentos ao recorrer aos tribunais civis) o que manteria o Belenenses no escalão maior.

Por cá é assim. A interpretação das Leis é muito complicada. E há Juízes...e Juízes.
Grande diferença, não é?

14.7.06

A TOMADA

O 14 de Julho é uma data histórica que tive que estudar, mal ou bem, nos idos tempos do Liceu Nacional de Oeiras.
Lembro-me perfeitamente da cena, pré-estudada no intervalo que precedeu a aula de História: a professora lá ia debitando a "estória" e eu interrompi a aula levantando o braço, informando que me doía a cabeça, pelo que solicitava uma aspirina. Solícita, a Professora chamou a "contina" que providenciou o pedido no gabinete do médico escolar e regressou à sala de aula com um copo de água e a respectiva medicação.
E é aqui que, perante a professora e os trinta e tal colegas de turma, o distinto declama: a tomada da Pastilha.
Fim da cena com ordem de saída da aula e apresentação no gabinete do director de turma.

12.7.06

BXL

Quase todos os dias oiço na Antena 1, quando regresso a casa, a Janela Indiscreta do Pedro Rolo Duarte sobre a Blogosfera. Nos últimos dias, tem-se dedicado a promover Blogs pouco conhecidos do público e ontem apresentou-nos este, lendo um post bastante interessante sobre o W-XPTO. O nome do dito cujo imediatamente me fez recordar os excelentes momentos que há poucos meses desfrutei na capital Belga, integrado num grupo que ali se deslocou a convite do Eurodeputado Joel Hasse Ferreira.
Visitar a grandiosidade do Parlamento Europeu foi uma experiência inolvidável. E os companheiros de viagam eram excelentes, mesmo com espírito de grupo.
Aproveitar para conhecer Bruxelas e arredores, incluíndo a casa-museu de Magrite, ainda que superficialmente, sabe sempre bem, nem que seja para se dizer que...sabe a férias. Mesmo sendo só 3 dias, é uma fuga à rotina, uma paragem no casa-trabalho-casa, um merecido descanso ainda que mais atarefado.
E é disso mesmo que estamos a precisar: da fuga à rotina, de descanso, de uns dias de férias. Para mim ainda falta cerca de 1 mês. Outros, mais sortudos, já lá estão. Até lá, resta-me continuar neste looping e aguardar pela minha vez. Já faltou mais.

11.7.06

O PRÉMIO

É difícil de entender e de explicar.
Quando o combate à violência no desporto é incrementado dia-a-dia através de pesadas sansões desportivas aos prevaricadores, não se compreende como é que a FIFA atribuiu o galardão de melhor jogador do Mundial 2006 ao francês Zinedine Zidane, expulso por agressão directa a um adversário no último jogo do Campeonato do Mundo e que foi também, ao que se anunciou, o seu último jogo pela selecção francesa.
Se a atitude foi reprovável -e foi mesmo, não houve ninguém, nem mesmo entre os franceses, que a desculpasse- então a FIFA só teria uma atitude: esquecer Zidane como interveniente no Mundial 2006 e aguardar para melhor oportunidade a atribuição do "Prémio Carreira" como bom praticante que o foi durante muitos anos.
Mas assim não. Leva-nos a pensar que se tivesse sido no jogo da meia-final, teria havido perdão na sansão a aplicar, para permitir que pudesse jogar a final. Como foi no último jogo, passa incólume e ainda leva um título gratificante.
Como podemos nós explicar aos mais novos, no seio familiar ou na escola, que atitudes como aquela não têm prémio? Que devem ser veementemente condenadas e dadas como exemplo do que mais repugnante há no desporto e fora dele.
Como, senhores da FIFA?

9.7.06

A TAÇA

Quanto maior é o muro...maior é a queda.
Vem isto a propósito dos Gauleses terem querido ser campeões do mundo. Quantos não estavam a fazer força pelos Franceses, imaginando já a taça nas mãos, convictos de que eles eram a equipe-maravilha deste Mundial. Mas o produto não era tão bom como o papel que o embrulhava ou como a publicidade que o promovia. Basta recuar umas semanas e lembrar os fracos jogos e os resultados milagrosos que obtiveram neste campeonato.
Mais valia terem saído de cabeça erguida nas meias-finais contra Portugal.
E por falar nisso, não era preciso usar tanto a cabeça para ganhar o jogo. Bastava jogar q.b. e aguardar calmamente que a sorte batesse à porta.
Não interessa se os Italianos fizeram muito ou pouco para merecer a taça, símbolo do poder. E bem bonita que ela é, desenhada que foi, qual premonição, por um Italiano. Honra aos vencidos e glória aos vencedores. Daqui a 4 anos há mais.

8.7.06

ACABOU-SE

E pronto. Para nós terminou a festa. Não em festa, mas com o que se conseguiu arranjar. Nos 2 últimos jogos, outras tantas derrotas. Podia ter sido melhor, bem melhor. Mas continuam todos a ser bestiais. Agora vamos esperá-los ao Aeroporto e prestarmos em desfile a nossa homenagem a esses valentes.
Depois, esperar por 3ª ou 4ª feira para sabermos o que Scolari disse ao Madaíl (ou vice-versa). E então, umas merecidas férias para todos. Para alguns, serão mesmo prolongadas.

Para a Final de amanhã, voto nos Transalpinos. Aguardemos pelas 9 da noite para vermos o que se irá passar nos Campos Elísios.

6.7.06

MARÉ ALTA

A legalidade está a passar por aqui.

O SONHO...

...foi uma constante da vida, nos últimos dias. Finalmente acordámos. Ainda bem que não se tornou pesadelo e que se manteve, até ao fim, um sonho. Aliás, acordaram-nos. Melhor, empurraram-nos para deixarmos de continuar a sonhar. Não foi um empurrão tão grande como aquele que o Cristiano Ronaldo sofreu na grande-área e que foi visto (e revisto) mundialmente. Mas foi um empurrão...e tão evidente como esse na primeira parte do jogo.
Temos motivos para estar orgulhosos, mas também tristes. É que soube-nos a pouco. Mereciamos mais, pelo que vinhamos fazendo e também por aquilo que os outros não conseguiam fazer.
Mas convém lembrar que futebol não é só futebol. Há outros interesses em jogo, como soi dizer-se. O "negócio" vinham a decrescer com a saída das equipas mais tradicionias e cujo €uro vale mais que o nosso. Nós somos poucos e hoje havia clareiras num estádio novinho em folha que recebia uma meia-final. E na final, como seria? Agora já sabemos: vai ser casa cheia e um êxito financeiro, a todos os níveis, principalmente a montante e a juzante do espectáculo desportivo.
Todos estamos de parabéns e não vale a pena armar em treinador de bancada e tentar refazer a equipa, mudar a táctica ou alterar as substituições. Scolari, para o bem e para o mal, foi o treinador-ganhador e não há nada a apontar. Treinadores de bancada nunca perdem jogos. E este, como se viu, era mesmo para perder.

5.7.06

É HOJE

É hoje que o Parlamento vai re-aprovar a Lei da Paridade e devolvê-la à procedência. Fica assim reposta a justiça e a legalidade.
É hoje também que vamos ver se o estado de graça vai continuar.
Apesar de ser adepto convicto da Liberdade, Igualdade e Fraternidade, desta vez penso mesmo que não há hipótese de acordarmos. O sonho de uma final mundial está pertíssimo. Os Italianos já esperam por nós.

4.7.06

A SENTENÇA

Quando ouvi a notícia fiquei triste.
Quando a li ainda fiquei pior.
Sei que vivemos num estado de direito e que as leis são para cumprir e fazer cumprir, embora todos reconheçamos que existem infinitas excepções.

É doloroso, para os visados, passarem agora por esta situação, 2 anos depois de terem ouvido uma outra sentença.
Mas o que custa mesmo é ouvir as reacções
daqueles que, legítimamente, são contra a IVG.
É que há uma grande diferença entre estado de direito e estado de direita.
E este, recuso-me a aceitá-lo. E ainda bem que não sou só eu.

2.7.06

O HINO

Herói Maniche, Pobre Deco, Nação do Figo imortal,
Levantai hoje de novo o Scolari de Portugal,
Entre o Costinha da memória
O Pauleta espera por nós
Que há-de chegar-te a vitória.

às armas, às armas,
pelo Ronaldo lutar,
às armas, às armas,
contra os adversários
lutar, lutar,
e o Mundial ganhar...ganhaaaar!

(acabadinho de ser recebido por sms)

É AGORA

Quando estamos a viver a euforia e a sonhar com um grande título futebolístico, aparecem-nos sempre Les Bleus pela frente. Já vi este filme duas vezes.
Mas agora, o guião, o cenário, o realizador e os actores são outros. E são diferentes.
Como diz o povo, não há duas sem três.

E à terceira....é de vez.