11.7.06

O PRÉMIO

É difícil de entender e de explicar.
Quando o combate à violência no desporto é incrementado dia-a-dia através de pesadas sansões desportivas aos prevaricadores, não se compreende como é que a FIFA atribuiu o galardão de melhor jogador do Mundial 2006 ao francês Zinedine Zidane, expulso por agressão directa a um adversário no último jogo do Campeonato do Mundo e que foi também, ao que se anunciou, o seu último jogo pela selecção francesa.
Se a atitude foi reprovável -e foi mesmo, não houve ninguém, nem mesmo entre os franceses, que a desculpasse- então a FIFA só teria uma atitude: esquecer Zidane como interveniente no Mundial 2006 e aguardar para melhor oportunidade a atribuição do "Prémio Carreira" como bom praticante que o foi durante muitos anos.
Mas assim não. Leva-nos a pensar que se tivesse sido no jogo da meia-final, teria havido perdão na sansão a aplicar, para permitir que pudesse jogar a final. Como foi no último jogo, passa incólume e ainda leva um título gratificante.
Como podemos nós explicar aos mais novos, no seio familiar ou na escola, que atitudes como aquela não têm prémio? Que devem ser veementemente condenadas e dadas como exemplo do que mais repugnante há no desporto e fora dele.
Como, senhores da FIFA?

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