22.7.08

REALIDADES (2)

Era a família e alguns amigos do Pedro no jantar de aniversário, quando vem à baila a situação da Quinta da Fonte. E diz um deles, com a licenciatura em Psicologia mas há muitos meses à procura (em vão) de emprego, que continua a viver em casa dos pais e sem direito a qualquer subsídio estatal:
«Dêm-me as mesmas condições deles, uma casa com renda de 4 ou 5 euros (que até nem sou obrigado a pagar) e um subsído mensal que dá para pagar a água, a electricidade e a TV Cabo. Dêm-me que eu também mereço, que não sou negro nem cigano, que me fartei de estudar e que ainda não consigo vislumbrar qualquer ideia de futuro.»
Nessa altura achei por bem sugerir que se cantasse os parabéns e apagasse as velas. É que já começa a haver muitos a pensar e a falar como o Mário Crespo. E talvez com alguma razão.

5 comentários:

Anónimo disse...

Este Governo é tão criativo nalgumas áreas e tão pouco noutras que merecem uma reflexão séria e soluções rápidas. O problema do crime e da delinquência que cresce nos bairros sociais é sério e não tem tido respostas efectivas, em vez da sua redução nota-se, infelizmente, o seu crescimento.

Uma lei muito simples poderia ser implementada, e que NEM SEQUER PODERIA SER CONOTADA COM QUALQUER DISCRIMINAÇÃO RACISTA OU XENÓFOBA: Porque não cria uma lei que expulse automaticamente dos bairros sociais todos os indivíduos condenados por certo tipo de crimes, como: por tráfico de droga, de armas, assalto à mão armada? O vandalismo contra o património também deveria dar expulsão do bairro?

A medida serviria simultaneamente para melhorar o ambiente dos bairros sociais e reduzir o crime em geral: dentro e fora dos bairros. É indigno que algumas pessoas já recebam a nossa solidariedade e depois se portem como muitas vezes todos nós constatamos...

O crime não deve ser permeado com uma habitação social; quanto muito uma cela seria o "prémio".

Zé da Burra o Alentejano

LRC disse...

Muito bem, caro anónimo Zé da Burra o Alentejano.
Mas diga lá: quem é que os ia expulsar lá das casas e dos bairros? E eram expulsos para onde? Iam acampar para o largo do seu bairro? Ou vinham "morar" para a Baixa?
Combater este tipo de problemas sociais tem o mesmo grau de dificuldade do combate à sida.

Um abraço (mesmo que tenha estado aqui a escrever para o boneco).
LC

Anónimo disse...

Caro Luís Coelho.

Fico espantado. Então você acha que não há meios para fazer os desalojamentos? Então se lhe ocuparem a sua casa você tem que se conformar e aceitar que o Estado Português é incapaz de fazer cumprir a lei?

Você também se preocupa sobre para onde iriam morar os criminosos que referi. Porque é que os moradores dos bairros sociais honestos como você (e que são a maioria) têm que continuar a suportá-los no bairro onde moram? Será que são gente inferior?

Quanto aos locais dos acampamentos, pelo que sei só são permitidos em parques próprios: nos parques de campismo. Vá você montar uma tenda de campismo por exemplo na mata do Monsanto e logo vê o que lhe acontece! Será que você e eu temos menos direitos que os ciganos? Não acredito que seja legítimo um tratamento de excepção. Será que a polícia com bastões compridos só servem para bater nos trabalhadores que à porta das fábricas reclamam o pagamento que lhes é devido e que algumas empresas não pagam?

Haja justiça e bom senso.

Retribuo o abraço (Não escreveu para o boneco porque revisitei o meu comentário).

Paulo Gomes disse...

Eu cá para mim, aos radicais, matava-os todos!!!!

Agora mais a sério, não cheguei a perceber quais foram os locais sugeridos para esses "criminosos" irem.

E não foram sugeridos, porque simplesmente não há!

Abraços a todos e cumprimentos ao boneco

PG

Anónimo disse...

Há com certeza muito boa gente que nunca roubou nada a ninguém; que nunca participou em qualquer crime digno desse nome e que vive ao relento, basta dar uma volta pela cidade e verá muitos sem abrigo. A esse o estado português deveria pelo menos reservar um local de descanço numa qualquer camarata mas não o faz. Não me choca o destino dos criminosos violentos que me referi.

Um abraço da "Burra"!

Zé da Burra...