15.4.07

O PAPEL

Esta semana lembrei-me deste mail que recebi há muito tempo:

Porquê pedir sempre um recibo?
Porque não podemos continuar a poupar dinheiro a quem vive dos impostos que nós pagamos, sem pagar os seus!
Quando não exige um recibo - que por lei lhe devia ser entregue, ao invés daquela habitual pergunta viperina " Quer recibo?" - está, de facto, a poupar ao infractor o IVA mais a parcela dos 20 a 40% de IRC que deveria pagar mas não o fará porque, obviamente, se esquivou aos documentos respectivos.
Em números médios ele tem uma vantagem - na fuga aos impostos - de 25 a 30% do total pago além de, neste preço, já ter incluído a respectiva margem.
E nós, que não podemos fugir aos impostos, pagamos os nossos e, como ao Estado esse dinheiro já não chega, vamos também sofrer a sós o agravamento dos mesmos porque, as pessoas que diariamente nos vendem refeições, livros, perfumes, fatos, sapatos, portas, janelas..., nunca passam recibos!
Ou seja, pagamos os nossos impostos e temos de pagar também o que outros - vivendo das nossas compras - não pagam, por se esquivarem aos devidos recibos.
Vamos, a partir de hoje exigir sempre recibos. De tudo. Veremos se o deficit se reduz ou não...
Passa este mail. Sensibiliza a tua família. Defende o teu futuro.
Comissão para a Equidade Fiscal

Lembrei-me dele porque, num restaurante popularucho nos arredores de Lisboa, ao terminar um almoço com uns amigos e ao querer trocar o célebre "talão que não serve de factura" pelo respectivo documento legal, a "dona" do restaurante disparou: Quer factura? Olhe, só com o nome e o número de contribuinte.
O quê? - repliquei. A senhora é sempre obrigada a passar a factura.
É porque já tive chatices com os fiscais por passar as facturas sem nome e nº de contribuinte dos clientes que vêm aqui comer - informou a "patroa".
E como nenhum de nós trazia na carteira o cartão de contribuinte, concluímos, incrédulos, que não iria haver emissão daquele documento.
No entanto, após argumentação "para aqui e para acolá" e confrontada com a ameaça do livro de reclamações, a empresária lá se desenrascou:
Ok. Não há problema. Diga lá um nome e um número qualquer, que eu passo-lhe o papel.

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