3.5.07

A TRAGÉDIA

Após meses e meses de (des)governo e de casos no Município Lisboeta (para não dizer escândalos) o líder do PSD veio a público como que a retirar a confiança política a Carmona Rodrigues e sugerir eleições intercalares para a Câmara, tentando pôr fim à trágica gestão PSD/Carmona Rodrigues.
Isto é, veio dar razão à oposição, em especial ao PS, quando disse que teria que ser o PSD e o seu líder a resolverem o problema que criaram em Lisboa. Teriam que ser eles a renunciar aos cargos para que foram eleitos, abrindo assim portas a nova consulta popular.
Mas Carmona Rodrigues (como Fontão de Carvalho e Pedro Feist) é um independente eleito nas listas do PSD, pelo que nada o obriga a acatar a sugestão de Marques Mendes. Daí ele estar convicto que "Carmona Rodrigues é uma pessoa séria". Tudo indica que o será.
No entanto, para que esta coerência política de resolver o problema da edilidade seja mesmo verídica e credível, Marques Mendes e o PSD deveriam também sugerir (e provocar) a queda da Assembleia Municipal . Isso sim, isso é que seria combate político a sério nas eleições que se avizinham. Aí se veria se os Lisboetas estão a favor ou contra esta maioria. Porque mantendo a Assembleia Municipal, o PSD tem sempre o jogo controlado, mesmo perdendo a Câmara.
E agora, como vai ser o futuro próximo e imediato? Para já, fica tudo na mesma, com a nº 2 a assumir a Presidência após o esperado pedido de suspensão de mandato do Presidente.
Depois logo se verá quem e quando se demite. Porque só haverá eleições intercalares se eles se demitirem, incluíndo os 2 vereadores que já têm o mandato suspenso.
Uma coisa é certa: esta situação causa uma enorme dor de cabeça a Sócrates, a braços com alguma contestação social e em vésperas de assumir o semestre de Presidência da União Europeia. Não vem nada a calhar este novo cenário na capital.
O PS, o mais bem posicionado para ganhar as eleições intercalares, terá que ir começando a formar uma equipa forte e coesa, apoiada a 100% pela estrutura concelhia, que não se importe de fazer uma gestão "tipo fim-de-mandato" de cerca de 2 anos, com um enorme défice e sem dinheiro para efectuar pagamentos a curto prazo. Uma tragédia.
Sim, porque após as eleições, pode mudar o cenário e os actores...mas a tragédia continuará.

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