4.2.07

A JANELA

Nicolau Santos contou-nos recentemente no "Expresso on-line" uma história que ouviu algures:
Um cidadão português, que sempre desejou ter uma casa com vista para o Tejo, descobriu finalmente umas águas-furtadas algures numa das colinas de Lisboa que cumpria essa condição. No entanto, uma das assoalhadas não tinha janela.
Falou então com um arquitecto amigo para que ele fizesse o projecto e o entregasse à câmara de Lisboa, para obter a respectiva autorização para a obra. O amigo dissuadiu-o logo: que demoraria bastantes meses ou mesmo anos a obter uma resposta e que, no final, ela seria negativa. No entanto, acrescentou, ele resolveria o problema. Assim, numa sexta-feira ao fim da tarde, uma equipa de pedreiros entrou na referida casa, abriu a janela, colocou os vidros e pintou a fachada. O arquitecto tirou então fotos do exterior, onde se via a nova janela e endereçou um pedido à CML, solicitando que fosse permitido ao proprietário fechar a dita cuja janela. Passado alguns meses, a resposta chegou e era avassaladora: invocando um extenso número de artigos dos mais diversos códigos, os serviços da câmara davam um rotundo não à pretensão do proprietário de fechar a dita cuja janela.
E assim, o dono da casa não só ganhou uma janela nova, como ficou com toda a argumentação jurídica para rebater alguém que, algum dia, se atreva a vir dizer-lhe que tem de fechar a janela!

A PESQUISA

3.2.07

A DECLARAÇÃO

Têm sido muito comentadas e criticadas as declarações do Ministro da Economia aos chineses sobre os salários em Portugal. Quem está cá não entendeu, ou não quer entender, o que foi (e porque foi) dito lá.
Na minha óptica, é a diferença entre "pouco" e "menos" que está no centro da questão.
O que Manuel Pinho disse é que cá ganha-se menos que na média dos países europeus. O que não é mentira nenhuma, para nossa infelicidade. Todos sabemos que se ganha muito abaixo deles.
Não é preciso comparar salários de gestores, de quadros de empresas ou técnicos qualificados, basta simplesmente comparar o salário mínimo de Portugal com o de Espanha ou França. Dá logo para verificar que cá se ganha menos do que lá.
Refira-se também a emigração, que ainda hoje leva muitos Portugueses a trabalhar na estranja. Será por estarem fartos disto? Claro que não, mas simplesmente porque cá se ganha menos do que lá.
Mas se se entende que ganhar menos é sinónimo de ganhar pouco, então resta-nos criticar o Ministro e mostrarmo-nos agradecidos aos milhares de imigrantes brasileiros, ucranianos, romenos e africanos que vêm para cá trabalhar, na ilusão de que cá se ganha muito bem.
E esperar que os chineses se interessem ainda mais por isto.

2.2.07

A PRODUÇÃO

Já está disponível nas lojas de todo o Mundo o Windows Vista, o novo sistema operativo da Microsoft, cujo preço legal varia consoante o País.
Na China, por exemplo, o preço do Vista anda à volta de 2.000 wan (cerca de 200 euros ou 264 dolares) mas em cidades como Xangai, o coração financeiro da China, os vendedores oferecem nas ruas cópias ilegais por 1 euro, admitiu o jornal oficial Shanghai Daily.
Ó sr. Ministro, isto é que é produzir a baixo custo...e sem a ASAE a chatear.

A SONDAGEM

Quando se noticía que o povo lisboeta quer eleições intercalares para a edilidade e que escolhe João Soares e Santana Lopes como os melhores candidatos às mesmas, pergunto-me a mim mesmo se essa gente não tem memória.
Claro que têm, pelo que me dá a sensação que esta sondagem foi encomendada a preceito.
Compreendo perfeitamente que isto anda tudo muito morno, pois a governação de Sócrates já pouca luta dá, a campanha para o referendo da IVG não sai do mesmo entre as 2 partes em confronto e sómente as notícias relacionadas com a Câmara de Lisboa poderão agitar as águas.
Mas...avançar com estes 2 nomes, só se fôr para animar a malta. Tipo Rádio Nostalgia. Só pode ser isso.

1.2.07

A AUSÊNCIA

Não, não fui na comitiva do nosso Primeiro à China. Nem sequer estive doente. Nem estou a preparar a minha candidatura à Câmara de Lisboa, caso haja eleições intercalares. Nada disso.
Estes dias de ausência blogueira deveram-se a um acréscimo da actividade profissional e à participação diária em actividades da campanha pelo "SIM".
Aos que me mandaram SMS e aos que tiveram mesmo o descaramento de me ligar, fica aqui um abraço. Para os que ficaram indiferentes (muitos, imensos, uma multidão) fica outro.